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Os meus pais fizeram o favor de me deixar acreditar no Pai Natal até eu ir para a escola, durante esses anos foram bastante criativos e transformaram as noites de Natal em algo tão mágico, tão especial, que deixou marca até hoje... e era tão simples!
As prendas (poucas) eram cuidadosamente compradas e escondidas em algum local da casa onde eu não metia o nariz, depois e ao longo dos dias ou semanas que antecediam a tal noite mágica, era-me passada a história de que o Pai Natal entrava pela chaminé para deixar as prendas, mas só se ninguém estivesse presente (esta era uma regra sagrada), e mais: para que ninguém corresse o risco de o apanhar lá em casa inadvertidamente, ele tocava uma sineta durante todo o tempo que lá estivesse, ou seja, quando a sineta deixasse de tocar, esse era o sinal que o Pai Natal já se tinha ido embora e podíamos avançar.
Assim, num determinado momento da noite de Natal, eu era levado a passar "por acaso" pela cozinha (sem dar conta que estava a ser manipulado) e de seguida um deles ficava a distrair-me na sala enquanto o outro colocava os presentes junto à chaminé, colocando também um despertador dos antigos escondido perto destes, pronto a tocar uns minutos depois.
Já todos na sala, existia aquele suspense quando eu era informado que já não podíamos ir à cozinha, era arriscado demais, estava a chegar a hora e o Pai Natal podia ficar zangado.
Quando o raio do despertador começava naquela barulheira metálica tão característica desses aparelhos antigos, a magia acontecia comigo, é difícil de vos explicar tamanha emoção, caraças pá, imaginem... o Pai Natal estava mesmo ali ao lado a tocar a sineta!!
Jamais me irei esquecer desses momentos e quando a sineta parava, lá ia eu disparado e dava de caras com os presentes, que maravilha, o Pai Natal existia mesmo, eu tinha acabado de sair dali e não estavam lá presentes nenhuns, foi ele que os trouxe!
Invariavelmente corria para a chaminé na esperança de ainda ver uma bota a trepar e depois imediatamente para a janela, mas ele era demasiado rápido, nunca o vi. Avançava então para os presentes que ele me tinha deixado, eram especiais e o ambiente absolutamente mágico.
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