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| Photo by Prateek Katyal on Unsplash |
Recentemente decidi sair das principais redes sociais, eliminei as respectivas contas e voltei a ter uma presença online semelhante à que tinha em 2006, isto é:
Tenho dois blogs onde publico o que me apetece sem qualquer regularidade e só vê o que eu ponho quem lá vá propositadamente, ou no limite, quem insira algo num motor de busca sobre um tema que eu aborde em alguma publicação.
Mantive a rede profissional LinkedIn, mantive também o Whatsapp para família e amigos e mantive o Telegram por motivos profissionais, é só.
A surpresa foi que ao eliminar as contas do Facebook, Instagram, TikTok, Vero, Pinterest e Twitter, ganhei uma qualidade de vida muito superior ao que antecipava, mas explico-me:
Sou da opinião de que as redes sociais por si só não fazem mal a ninguém, podendo até ser muito úteis para reencontrar velhos amigos, manter contacto com a família, receber informações sobre diversos temas, etc.
Mas no meu caso, cheguei à conclusão de que me faziam mais mal do que bem!
Eu não sou uma pessoa muito disciplinada, assim, necessito recorrer a truques por forma a manter-me focado em algo que julgue ser necessário.
Embora as redes sociais nunca tenham afectado o meu desempenho profissional (nisso tive sempre muito juízo), todas as pausas e a maioria do tempo fora do horário de trabalho eram passadas a fazer scroll no telemóvel, ao ponto de achar que não estava a viver de forma saudável.
Por exemplo:
Vamos imaginar que estava de férias e ia à piscina, para além de ir a banhos e divertir-me com quem estivesse comigo, quando me deitava para apanhar um pouco de sol lá estava eu a confirmar as notificações, responder a comentários e mensagens, a verificar as publicações dos outros, etc.
Ao longo dos anos fui deixando de usufruir de tempo vazio e isso faz falta, mas também deixei de usufruir de tempo que podia estar a utilizar para coisas úteis.
Outro exemplo:
Li mais livros só durante o primeiro mês sem redes sociais, do que tinha lido durante o ano inteiro antes disso!
Passei a procurar os temas que me interessam na Internet em lugar de confiar num algoritmo para fazer a escolha por mim, deixei de estar tão exposto a publicações e comentários doentios, deixei de receber uma quantidade absurda de notificações, não perco mais tempo a ver vídeos tolos no TikTok e passei a estar praticamente indisponível para ladrões de tempo de vida.
Para quem tenha dúvidas sobre o que é um ladrão de tempo de vida, são aquelas pessoas para quem aparentemente nós existimos só para estar online à sua disposição.
Atenção que muitas dessas pessoas até acredito serem genuinamente boas, mas abusadoras, pois dás um dedo de mensagem e puxam o braço, quando dás por ti e sem saberes bem como, de repente já lá tens uma tonelada de mensagens!
Ora, como sou um bocado bicho do mato e ao mesmo tempo falta-me a tal disciplina para só verificar notificações de vez em quando, as redes sociais no meu dia a dia (que não deviam tomar muito tempo) ganharam proporções desajustadas e na minha perspectiva nada saudáveis, vai daí pumba, decidi passar a dar atenção aquilo que de facto importa e retirar-me definitivamente.
Agora dou por mim com menos (muito menos) mensagens, ausência quase total de publicações fúteis, falsas ou virais, as notificações estão quase a zero, os algoritmos ficaram lá com vocês e é de facto libertador.
E os amigos? Perguntarão alguns. Os amigos cá estão, poucos mas bons, se pensarem bem os amigos verdadeiros estão com vocês regularmente ou à distância de um telefonema, ou até mensagem, pois o que as redes sociais fazem a maioria das vezes não é aumentar o número de amigos, mas sim aumentar e dar acesso directo a uma grande quantidade de conhecidos, isso deixou de me fazer sentido.
Ah e os conhecidos que eventualmente poderiam tornar-se amigos? É igual ao que ocorria no séc. XX, não é necessário redes sociais para tal.
Nunca me tinha passado pela cabeça que era assim, mas curiosamente é mesmo muito bom e sobra muito mais tempo do que antecipava 🙂
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